domingo, 18 de janeiro de 2015

A verdadeira História de Nossa Senhora do Rocio.


Para quem não sabe, no litoral do Paraná no Brasil existe uma Santa Nossa Senhora do Rocio, que também é considerada a Padroeira do Paraná. 
Existem duas versões de como essa Santa foi encontrada: 

Não são raras as imagens da Virgem Maria que aparecem sob águas de mar ou de rios. O mesmo aconteceu com Nossa Senhora do Rocio, devoção tão antiga que se perde no passado e é contada em pelo menos duas lendas.

Pai-Berê.

A história do Pai Berê diz que à beira da Baia de Paranaguá viviam humildes pescadores que do mar tiravam seu sustento. Certa vez, um deles, que seria índio ou africano, chamado Pai Berê, lançava sua rede e não conseguia recolhê-la com um só peixe que fosse, para mitigar a fome de seus filhos. Desesperado, suplicou aos céus que não o desamparasse e atirou a rede pela última vez. Ao puxá-la, sentiu um peso que o fez acreditar ter apanhado pelo menos um peixe. Espantado, verificou que o recolhido das águas era uma pequena imagem de Nossa Senhora, medindo 20 ou 30 centímetros de altura, coberta de gotículas de água que brilhavam como pérolas. Levou-a para sua humilde choça onde, a partir daquele dia, os demais pescadores reuniram-se para rezar e agradecer, pois passaram a recolher muitos frutos do mar.
Com a fama das graças da Virgem Maria encontrada, a Paróquia quis levar a Santa para Matriz Diocesana, mas a Imagem misteriosamente voltava para a Capela de Pai Berê.

Rosas-Loucas

Menos divulgada, a outra história foi chamada de lenda das Rosas-Loucas. Diz-se que na região onde hoje é o santuário existiam viçosas touceiras de rosas, que floresciam sempre em novembro. Eram chamadas de loucas pela facilidade com que se despetalavam, mesmo à mais suave brisa vinda do mar. Certa noite, ao largo com suas canoas, os pescadores viram um facho luminoso que, saindo do mar, descrevia uma curva e mergulhava nas moitas das perfumadas rosas. Acreditando num aviso divino que indicasse a existência de algum tesouro enterrado, no dia seguinte foram às moitas das “rosas-loucas”. Lá, encontraram uma pequena imagem de Nossa Senhora, igualmente coberta de gotículas de orvalho.

Embora as duas versões justifiquem o nome Rocio (sinônimo de orvalho) e os títulos Rosa Matutina e Estrela do Mar, com os quais é saudada em ladainhas, algumas fontes de pesquisa – inclusive o mestre Vieira dos Santos – citam ter sido a imagem encontrada na “costeira do Rossio da Vila”.

De acordo com Vieira dos Santos, em 1686 (quando a vila tinha apenas 38 anos de fundação), seus habitantes recorreram “aos favores da Virgem do Rocio para que os livrasse da terrível peste que assolava o litoral”. Com base no relato do historiador, o achado da imagem de Nossa Senhora do Rocio antecedeu em algumas décadas o da Virgem Negra de Aparecida (a padroeira do Brasil), no vale do Rio Paraíba, ocorrido em 1717. 





A maioria dos parnanguaras ignora o fato de que a imagem da padroeira Nossa Senhora do Rocio, venerada há anos no atual santuário da santa, não é a original. Em 15 de dezembro de 1948, correu em Paranaguá a notícia de que a imagem tinha sido roubada. O fato foi publicado pela Gazeta do Povo, em manchete da primeira página do dia 16 : “Profanação da fé e do milagre”.
Liderada por autoridades políticas, policiais e religiosas, toda a população lamentava a perda e rezava para que a santinha reaparecesse. No dia 19 de dezembro, o então prefeito João Eugênio Cominése ofereceu recompensa de dez mil cruzeiros a quem localizasse a imagem ou desse informações a seu respeito. No dia seguinte, um suspeito foi preso e, durante o interrogatório, confessou o roubo. Disse mais: que ao retirar a coroa da cabeça da santa – o único objeto de valor material, pois seria de ouro e poderia ter provocado a cobiça do criminoso – a imagem se estilhaçara em suas mãos. Os fragmentos teriam sido enterrados em terrenos baldios do bairro Vila Guarany, conforme registros feitos pelo médico Joaquim Tramujas, ex-vereador e ex-prefeito da cidade: “Em diligência policial da qual participaram o preso e até o prefeito da cidade, alguns deles foram encontrados”.
A coroa da Virgem não apareceu, mas o resplendor do Menino Jesus teria sido achado nas proximidades da igreja. Um negociante da cidade confessou ter comprado o broche que prendia o manto da imagem e o entregou à polícia. 
Em 6 de março de 1949, coube ao arcebispo metropolitano dom Ático Euzébio da Rocha a missão de restabelecer a fé perdida pelos fiéis, tornando-se responsável pela entronização da nova imagem no altar da igreja do Rocio. Naquela data, depois de uma missa matutina na Catedral Metropolitana de Curitiba, a cópia da imagem saiu em procissão rumo à Estação Ferroviária, para embarcar em um trem especial, juntamente com autoridades e romeiros, até Paranaguá. No mesmo dia, inúmeros fiéis desceram a Serra do Mar pela rodovia.

A imagem da virgem do Rocio é semelhante a virgem do Rosário, mede aproximadamente 38cm e é coberta com um manto em tons rosados e azuis.

Nossa Senhora do Rosário de Paranaguá-Pr.

Santas reproduzidas em cartazes das Festas de Nossa Senhora do Rocio - Paranaguá-Pr.

(Tamanha semelhança das imagens com a Nossa Senhora do Rosário, não seria essa a Santa que deveria merecer tanta devoção?
E se repararmos nessas imagens que vemos a cima, a que mais lembra a imagem de Nossa Senhora do Rocio da Espanha seria a última à direita).

Nunca acreditei nas versões de como a primeira Imagem foi achada ... acredito sim que um emigrante espanhol tivesse levado uma imagem da Santa , ou até então sendo uma cidade portuária, talvez um navio náufragado tivesse deixado em nossa baía uma réplica da Santa e assim começou a devoção da Nossa Senhora do Rocio no Brasil.
Mas isso são seria somente minha opinião.

E por falar em Nossa Senhora do Rocio, esta semana tive o prazer de estar em Huelva e conhecer o Santuário de veneração espanhola.

Nossa Senhora do Rocio
(Andaluzia – Espanha)

Rocio é uma aldeira situada ao oeste da província da Andaluzia, cerca de 15km
distante da antiga cidade de Almonte. Esta aldeia deve sua celebridade à milagrosa
imagem de Nossa Senhora, que a tornou um lugar de peregrinações.
Sobre o aparecimento desta imagem, diz a tradição ter sido achada por um
caçador no tronco de uma árvore, onde provavelmente tinha sido escondida pelos
moradores de Almonte durante a dominação dos sarracenos.
A imagem, envolvida em um manto de linho, tinha no pedestal a inscrição
“Nossa Senhora Redentora”.
O caçador resolveu levar a imagem para Almonte, pondo-se com ela a
caminho. Sentindo-se cansado, porém, sentou-se para repousar um pouco e...
dormiu. Quando acordou, a imagem tinha desaparecido!...
Depois do primeiro instante de espanto e indecisão, decidiu voltar para o lugar
onde a tinha encontrado, e... lá estava a imagem outra vez no tronco da árvore!...
Assombrado com o ocorrido, humilhou-se profundamente e, não tendo a
coragem de carregá-la de novo, seguiu para Almonte, para comunicar o milagre.
A extraordinária notícia espalhou-se rapidamente por toda a Andaluzia.
As autoridades eclesiásticas e civis organizaram uma procissão com os
habitantes de Almonte e dirigiram-se para o lugar em questão para agradecer o
prodígio e ver a milagrosa imagem.
Ao ficar patente que Nossa Senhora desejava um santuário naquele lugar,
construíram logo uma ermida, cujo altar era o tronco da árvore onde estava a
imagem. Esta ficou logo sendo conhecida pelo título de Nossa Senhora de Rocinas,
porque assim se chamava então a atual aldeia de Rocio, porém o nome primitivo
também foi conservado.
Desenvolveu-se rapidamente o movimento de peregrinações a Nossa Senhora
do Rocio, de modo que a primeira capela depois da ermida foi aumentando no
decorrer do tempo, até se tornar uma bonita e artística igreja.
Mas a imagem mais linda de Nossa Senhora do Rocio, feita segundo a original,
acha-se na igreja de Almonte, encomendada ao escultor Santiago Martinez pela
Irmandade de Nossa Senhora do Rocio dessa cidade.
Os habitantes de Almonte crêem com segurança que Nossa Senhora do Rocio
os livrou da peste em 1637, de uma grande seca em 1730, de epidemias em 1738 e
1744, da invasão de Napoleão em 1810 e da fúria dos vermelhos em 1936.

Nossa Senhora do Rocio da Espanha é venerada desde o século XVI , a devoção no Brasil a Santa do Rocio só começou um século depois. E a imagem peregrina já visitou o Santuário do Paraná . 
Onde existe um painel-escultura comemorativo à visita.

Ao chegar na província de Huelva fiquei impressionada ao reparar na semelhança existente ao local antigo do nosso Rocio no Paraná. Era como voltar a infância em Paranaguá-Pr.


Como é bom visitar a casa original da Mãe.


 
Obrigada Mãe por essa Graça.


Curiosidade: 
Temos na Bíblia a primeira referência sobre a Virgem do Rocio. No livro dos Juízes (Jz 6,36-40),  encontramos Gedeão pedindo o sinal que Deus lhe falava. 
Naquela noite, o orvalho ou Rocio caiu somente em cima do velo (velo ou tosão é a pele do carneiro com a lã) e a terra toda ficou seca. O senhor desceu sobre a virgem, assim como o orvalho (Rocio) desceu sobre o velo de Gedeão.
No ofício da Imaculada Conceição, encontramos no hino do 1º coro da terça-hora, Maria Ssma, sendo chamada de velo de Gedeão, como referência bíblica. Sobre esta invocação o escritor espanhol Augusto Nicolas escreveu:
"Maria é o branco Velo de Gedeão, que recebe o Rocio do céu, enquanto nenhuma parte da terra o desfruta todavia. Orvalho ou Rocio, de que dizia o profeta: Céus façam chover o justo. E do qual cantava o Rei Davi: descerá como o Rocio a lã dos rebanhos"...

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

La Última Cena - Tela de Juan de Juanes

A obra de Juan de Juanes Vicent Macip retratada no ano de 1562 ganha novo Brilho pelas mãos de Cristiane Coutinho.


Jesus Cristo.

Foto-tela / pintura de 1m x 70cm
Modelo- Rodrigo Domingues
Ano - 1994
Edição - 2011

Telas Cris Coutinho - Arte da Terra.

Arte da Terra. Exposição Sto António - de Lisboa a Pádua. Um percurso de sabedoria, cultura e arte. 90 artistas. 90 visões artisticas. Local ao pé da Catedral da Sé. Antiga cavalaria do Rei. Cristiane participa com 4 telas.





Foto: Filomena Frades e Ana Maria.

O antes e depois das telas.


O tema principal é sacro.
Cristiane seleciona a imagem e manda estampar em tecido para começar sua customização com bordados.




Outros exemplos de telas a serem bordadas: